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23/04/2021Dia do Trabalhador
1º de Maio
Não é apenas no Brasil que o dia 1º de maio é feriado. Nesta data, os trabalhadores descansam (e também realizam manifestações) na América do Sul e no México, em quase toda a Europa Ocidental, na Rússia, , na Índia, na China e na maior parte dos países da África. A data foi escolhida em homenagem ao esforço dos trabalhadores dos Estados Unidos, que, num sábado, 1º de maio de 1886, foram às ruas das maiores cidades do país para pedir a redução da carga horária máxima de trabalho por dia.
A luta dos manifestantes foi bem-sucedida: na virada do século 20, boa parte dos trabalhadores do país já seguia o ritmo de 8 horas diárias – antes, era comum os americanos ficarem nos empregos nada menos do que 100 horas por semana, o equivalente a aproximadamente 16 horas para cada um dos seis dias de ocupação.
A luta dos americanos foi reconhecida rapidamente na Europa, onde já em 1890 o Primeiro de Maio começou a ser marcado por cerimônias e manifestações. Desde então, a data foi se difundindo por todo o mundo. Hoje é celebrada em mais de 80 países – no Brasil, o Dia do Trabalhador é celebrado desde 1925. Curiosamente, nos próprios Estados Unidos, a data é celebrada em uma ocasião diferente, a primeira segunda-feira de setembro.
A origem das manifestações de 1º de maio “Eight-hour day with no cut in pay” (“diária de oito horas sem redução no pagamento”) era o slogan repetido por mais de 300 mil manifestantes que foram às ruas em Nova York, Chicago, Detroit e Milwaukee, entre outras cidades. As passeatas marcaram o início de uma greve geral, que tinha essa única reivindicação: a redução da carga horária.
No dia 4 de maio, uma terça-feira, cerca de 2.500 manifestantes se reuniram em assembleia em Chicago, na praça Haymarket. O evento começou por volta das 8h30, debaixo de chuva fina.
Os participantes pretendiam debater os rumos do movimento depois que, na véspera, policiais haviam atingido mortalmente dois manifestantes que faziam piquete na porta de uma fábrica. Temendo confrontos, o prefeito da cidade, Carter Harrison Sr., compareceu para ouvir os discursos. Ao perceber que a reunião seguia para terminar sem incidentes, foi embora.
Em 11 de novembro de 1887, vestindo túnicas brancas e com o rosto coberto por capuzes também brancos, quatro dos acusados foram enforcados – eram os sindicalistas Adolph Fischer, George Engel, Albert Parsons e August Spies. Em 1893, o governador John Altgeld acabaria por conceder o perdão aos sobreviventes. Alegou que o julgamento tinha sido muito mal conduzido – uma opinião com a qual concordavam os escritores Oscar Wilde e George Bernard Shaw, que criticaram abertamente a condenação.
Aqui no Brasil, a chegada dos europeus no fim do século 19 e começo do século 20 trouxe com eles os ideais de luta trabalhista. A Greve Geral de 1917 ajudou a pressionar o governo pela mudança no cenário operário. Em 1925, o então presidente Artur Bernardes decretou o Dia do Trabalhador, como também é chamado, em 1º de maio. A maior mudança, no entanto, veio bastante tempo depois, com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em 1º de maio de 1943 (sim, a data foi escolhida propositalmente), Getúlio Vargas assinou o Decreto-Lei nº 5.452, garantindo direitos básicos, como salário mínimo e duração da jornada de trabalho.
FONTE: Guia do Estudante. Editora Abril.
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